— Gabriela Leirias
O olho que afunda na paisagem do rio Negro que encontra a floresta. O rio que espelha o sol, que queima a pele. A pele que encosta na pele da folha. A folha que respira o tronco da terra. A terra que alimenta e gera a vida toda. A certeza do fim.
Marina Guzzo
Há a possibilidade de fazer arte com a vida ou é a vida a própria arte, algo assim inominável? Devemos fazer arte? Ou a vida é em si e para si e para outros a própria arte, problema infinito e sem resposta...
Adrian Cangi
Pesquisas recentes evidenciam que a maior floresta do mundo, a Floresta Amazônica, é fruto de milhares de anos de colaboração entre seres humanos e não humanos. Não diz respeito a uma porção intocada pelo humano; ao contrário, sua diversidade se deve graças às relações estabelecidas com os povos que lá vivem e viveram.
A noção de floresta, portanto, expande-se para além de uma cobertura vegetal, como uma complexa e diversa teia de vida imbricada entre os seres. Conceito- imagem que tem se proliferado como materialidade, subjetividade e ação. Instaura-se em oposição à monocultura, nos seus mais diversos sentidos, do trato com a terra ao pensamento, uma crítica a plantation, sistema de herança colonial ainda presente na contemporaneidade que estabelece uma relação de exploração com a terra e com corpos humanos e não humanos.
A residência Perceber-fazer floresta 1 parte de uma colaboração entre professoras, cientistas, ativistas,artistas, filósofos, lideranças indígenas, cozinheiras, performers, engenheiros, historiadores, mães de santo, para semear na encruzilhada entre arte, ciência, educação, ativismo, espiritualidade e comunidade. Uma convergência e confluência para “fazer-com” e confabular futuros possíveis.
Foram catalisadoras da residência as questões: “E se as florestas/matas/ matos fossem pensadas como modos radicais e afirmativos de viver junto? Como a floresta/mata/mato participa das suas práticas de pesquisa, ensino, criação artística e de divulgação científica e cultural?”. Questões estas inspiradas pelo convite- convocação de Ailton Krenak para as pessoas fazerem floresta:
“Comecem a produzir floresta como subjetividade, como uma poética de vida, cultivem essa lógica dentro de vocês, diminuindo a velocidade, essa tensão que a vida implica, e criem uma essência afetiva, colaborativa, que é a natureza da floresta”.2
“Fazer floresta” nos aproxima do “fazer-com” de Donna Haraway 3, um sentido possível para um fazer coletivo que extrapola as práticas-pensamentos centradas no humano, ou, como diz Ailton Krenak, sobre uma tal humanidade, seio da civilização, "esclarecida", que precisa “iluminar” uma humanidade obscurecida.
O imaginário é um campo de batalha, e a arte tem seu papel de atuar no sensível, quem sabe transfor- mar percepções, sentires, pensamentos, bem como ativar, misturar, compor, ficcionalizar e friccionar mundos e possibilidades. Nos últimos anos escutamos as muitas vozes em diferentes campos do conhecimento que apostam nesse lugar de mistura/compostagem/humusidade que a arte pode gerar, por sua potência de cruzar disciplinas e abrigar as incertezas, são vozes como as já citadas de Ailton Krenak e Donna Haraway, mas também de Nego Bispo e Bayo Akomolafe.
Dentre as muitas atividades da residência com práti- cas para ganhar intimidade com as florestas/matas/matos que colaboram para tornar a Terra habitável, experienciamos procedimentos e acontecimentos que envolveram as visitas à Mata Santa Genebra e ao Centro Cultural Casarão em Barão Geraldo, à Casa de Cultura Fazenda Roseira e atividades com dinâmicas corporais para aterrar, rodas de conversa, oficinas, trabalhos de campo, lida com alimentos como a mandioca, cantos, sarau, trilha dos orixás, dança de jongo.
Destaco aqui a exposição Tierra, inaugurada durante a residência na Galeria Gaia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a curadoria de Susana Dias e a participação de Ana Claudia Martins, Caro- lina Cantarino, Izabela Aleixo, Kellen Vilharva, Lilian Maus, Maria Alice Paulino de Souza, Marina Guzzo, Santiago Arcila, Susana Dias, Sylvia Furegatti e Paulo Telles. A exposição se dá como um grande encontro depois da residência Perceber-Fazer floresta I que ocorreu em Manaus em 20234 e eleva o fazer artístico a uma confluência ímpar, que experimentam, borram fronteiras e nomeações próprias do campo da arte.
› Mapa exposição Tierra
Susana Dias há anos cria em sua prática docente e curatorial estratégias de comunicação cruzando áreas do conhecimento e disciplinas, coordena o grupo multiTÃO 5: prolifer-artes sub-vertendo ciências edu- cações e comunicações (CNPq-Labjor-Unicamp) de pesquisadores, artistas e jornalistas, para pesquisa, pro- dução e devires, que desenvolvem as mesas de trabalho (que também estiveram na programação da residência) em que se propõem experiências sensíveis com materiais diversos, fruto de coletas diversas, das matas na Amazônia. O encontro com as artes se dá como modo de comunicação, acesso, tradução de mundos e conhecimentos específicos, tanto na ciência como nas culturas dos povos tradicionais. Susana é pessoa coletiva, se move e conjuga seu fazer no plural.
Ao propor essa Residência em 2023 com um grupo de artistas na Floresta Amazônica, oportuniza a vivência do corpo com essa paisagem, o banzeiro, as culturas indígenas Karapãna e Baré, informações científicas sobre a floresta e as perspectivas dramáticas acerca da mudança climática. A partir dessa experiência, concebe essa exposição com colaborações entre artistas indíge- nas, não indígenas e cientistas em distintas linguagens. Mas, como bem diz, não se trata de uma curadoria que seleciona obras prontas, se não trabalhos que propõem encontros:
“O processo de curadoria teve esta ideia de pensar como viver junto. O que pode viver junto? Que qualidades são essas de viver junto? A gente foi pensando a curadoria, e eu falo no plural, porque na verdade todos fomos curadores, a exposição foi construída em conjunto. Um afetando o outro de diferentes maneiras, desafiando o outro, colocando limites, colocando possibilidades, abrindo os caminhos. [...] Quando uma residência se propõe a uma imersão na floresta, o que é isso? É também [atuar] na própria floresta da arte. O que é essa arte-floresta? Esse perceber fazer floresta tem a ver com isso, como a gente se implica, se afeta mutuamente, consegue estar efetivamente junto das outras pessoas, das outras ideias. E como a gente vai criando pequenos movimentos. Isso tem a ver com ideais de respeito, com possibilidades de disponibilidade para o encontro, disponibilidade de retirar a sua pegada tão pesada. Conseguir afirmar esses gestos mínimos, conseguir ser mais coletivo.”6
› Kellen Vilharva. Seyro Morotí – a sabedoria de uma árvore (detalhe). Foto: Gabriela Leirias
› Kellen Vilharva. Seyro Morotí – a sabedoria de uma árvore Foto: Gabriela Leirias.
› Káa Wasú. Livro-objeto. Obra colaborativa com Ana Claudia Martins Tomas, Kellen Natalice Vilharva, Izabela Aleixo, Juliana Ribeiro, Maria Alice Paulino, Susana Oliveira Dias, Valeria Scornaienchi e Victoria Martins Tomas da Silva. Foto: Gabriela Leirias.
Um trabalho emblemático desse fazer coletivo nessa exposição é Káa Wasú (p. 13), floresta na língua nheengatu, um livro-objeto que aborda a relação com as árvores e a ancestralidade do papel. Foi realizado com base no trançado da Kangatara feito de palha de tucumã, aprendido com Maria Alice Karapãna 7 e Claudia Baré 8, compondo três livros que se relacionam a uma árvore escolhida por cada povo em Manaus: a copaíba, o tucumã e o cedro-rosa. Cada árvore tem as expressões de um povo, com fotografias e grafismos.
O objeto é pensado como a experiência de fazer o papel falar em sua materialidade, e a ideia do trançar foi de Kellen Vilharva 9, que, ao trançar as imagens, propõe o pensar no trançar que as próprias plantas fazem. Segundo Susana: “Nós somos um trançado feito pelas árvores. As árvores criam com o planeta habitado um clima propício para a vida. Não é à toa que estamos vivendo diversas catástrofes, porque elas estão sendo dizimadas e extintas”.
Kellen Vilharva foi convidada a fazer uma instalação em que monta uma mesa de trabalho, com uma série de objetos de seu uso profissional, instrumentos que fazem parte do seu doutorado, mas também de uso mágico e simbólico. Compõem a instalação Seyro Morotí – a sabedoria de uma árvore uma foto sua com jaleco de laboratório com grafismos Guarani Kaiowá feitos por Zay Pereira e fotografias de suas duas avós que indicam sua relação ancestral com as plantas: a avó Julia, mestra tradicional das plantas, dos cantos, dos cuidados com a saúde física e espiritual, e a avó Agostinha, primeira mulher de sua aldeia a traba- lhar na área da saúde, formada auxiliar de enfermagem. A partir desse trabalho provoca um debate sobre as separações entre saberes tradicionais, arte, ciência e academia, propondo trânsitos e possíveis encontros entre tais lugares.
› Káa Wasú. (detalhe) Foto: Gabriela Leirias
A artista Valéria Scornaienchi 10 foi convidada a realizar os trabalhos em colaboração com Claudia Baré e Kellen Vilharva. Comenta que Susana Dias pensa a exposição como quem pensa em uma publicação que vai diagramar. Percebeu nessa colaboração um cuidado enorme com as artistas indígenas, de modo que sintam que o trabalho pertence a elas, que elas se reconheçam naquilo que apresentam:
“Então a gente tem que ir tateando e pensando estas formas de apresentação do trabalho como algo que se constrói junto, conversando e trazendo para o contexto contemporâneo, de modo que tenha uma visibilidade e que se configure em algo que seja interessante para quem não é indígena, para que possam compreender coisas que estão dentro da tradição. Esse é o trabalho: costurar e ouvir muito, mais que fazer”.
Valéria comenta que tem mais interesse no encontro do que em qualquer questão plástica que possa surgir no trabalho: “Tenho a preocupação de promover e experienciar um encontro em que eu possa ouvir e me colocar à disposição, pensar o mundo a partir de outros jeitos”.
A artista entende que o interesse de Susana é extrapolar as fronteiras, ao afirmar que o que Kellen faz é arte. Procura sempre trazer a ciência junto à arte e entender como se entrelaçam e como podem ficar mais pareadas. Afinal, a discussão sobre a mudança climática não pode se dar apenas dentro do laboratório. É fundamental compreender como os povos indígenas estão percebendo as mudanças dentro da aldeia. Ouvir de fato o que tem a dizer e fazer que a voz deles encontrem lugar e proliferem.
Valéria segue com seu depoimento: “Eu me aproximo do meu trabalho falando do trabalho deles e não me afasto. Estou conseguindo ouvir o ponto de vista de alguém que está na mata. Isso me traz uma alegria enorme, como eles percebem essa vida na floresta”.
Claudia Baré participou da primeira residência e teve um papel importante no acolhimento do grupo em Manaus, na elaboração de obras na exposição Tierra. Comenta que quando se compartilha algo de sua cultura, é como estivesse trazendo as vivências e das práticas do seu povo para pessoas que vivem um contexto em outra realidade, diferente da sua. E enfatiza: “É bom quando a gente faz isso, porque de alguma forma, a gente divide essa responsabilidade com todos vocês, que são pessoas que estão prontas para receber esta função, este compromisso de valorizar, preservar e conservar, por mais que vocês também estejam em outro lugar que não seja o nosso contexto.”
› Marina Guzzo. brilhar com o rio negro, dançar com o rio negro. Fotos de Marina Guzzo e Gabriela Leirias.
Marina Guzzo 11 participa com as obras brilhar com o rio negro, dançar com o rio negro e 338 Kangataras (foto), a segunda realizada com a colaboração da comunidade Karapãna. Kangataras, cujo trançado também está presen- te na obra anterior, são adornos para a cabeça Karapãna.
A partir dos 338 Kangaratas, a artista remete ao número de indígenas que morreram por causa da covid-19 na região amazônica até 2023. Dentre eles estão os mais velhos da comunidade Santa Maria do Turumã Açu, em Manaus, onde os indígenas Karapãna ainda lutam para ter suas terras reconhecidas. Cada Kangatara trançada espirala a memória viva dos saberes que permanecem apesar da dor e da violência que esse povo sofreu. Marina propõe essa obra em colaboração com a comunidade ativada por Joilson Karapãna para esse fazer junto que mantém viva essa tradição.
Segundo Marina, por ficar na cabeça, a Kangatara guarda as memórias daquele que se foi, daquele que foi rei. Bonito pensar na simbologia dos saberes dessas pessoas que tinham muito saber encarnado no corpo, que não está nos livros nem nos autos, e manter esse conhecimento vivo de alguma forma. Para ela interessa como a arte pode proporcionar esse momento de cuidado e reconhecimento da morte a partir do vazio, do que fica, que são essas coroas vazias. Foi, portanto, uma possibilidade de deixar esse luto se refazer.
Assim, interessa-lhe esse “fazer junto” que envolve as plantas, no qual há esse protagonismo do tucumã e da comunidade. Há esse contorno estético, porque a instalação dá uma forma ao vazio da existência dessas pessoas que se foram e continuam se perpetuando como memória.
Marina comenta algo que foi um aprendizado fundamental nessa residência na floresta: “Têm os defensores da floresta e da natureza e têm os guardiões. Os guardiões são os Karapãna que estão lá defendendo o território de violências diversas. E nós somos defensores. A arte pode ter esse lugar de comunicar, de nomear, sim, essa luta, nem que seja no campo do sensível. Abrir pela experiência estética um nome para que a gente possa lutar”.
Ressaltando a potência da arte, Marina defende que não tem como a gente respeitar as coisas apenas considerando a racionalidade, é necessário acessar o aspecto do sensível e do corpo, da paixão pelo outro. Talvez se colocar em relação com isso seja um caminho de entender que não é mais uma floresta que vai acabar ou um rio que vai secar, é a própria vida que vai acabar.
› Marina Guzzo em colaboração com Joilson da Silva Paulino Karapãna, Marilda da Silva Paulino, Maria Alice da Silva Paulino Karapãna, Manoela Paulino da Silva Karapãna, Odair da Silva, Paulino Karapãna, Joilson Wakenai Tomas Paulino Karapãna. Comunidade Santa Maria do Turumã Açu 338 Kangataras. Manaus, 2024.
Foto: Gabriela Leirias
Fazer floresta: como esse pensamento-procedimento se expande para as artes? Para além da interação, da mistura, da mescla entre campos, das linguagens do conhecimento e do modo de saberes tradicionais e ancestrais, a floresta é aquele meio em que não há controle de seus movimentos e suas intencionalidades nem dos alcances das colaborações. As hierarquias também podem se confundir.Esse todo diverso, multifacetado, em que a lógica do humano não alcança. Nestes últimos tempos, há poéticas desejosas dessas interações, abertas ao risco. Afinal, o pensamento e cultura “mono” mostram o caminho que leva ao esgotamento nas artes e na vida.
Nesse sentido, é possível ser “menos” humanos para experimentar uma relação radical com a vida? Ou, como propõe e provoca Donna Haraway, viver-com e morrer-com? Estamos realmente dispostos a tal abertura? A nos tornarmos mais húmus que humanos?
Eventos como o que propõe essa residên- cia tem tal caráter experimental que nutrem toda uma cena local, elaborando cruzamentos e colaborações entre a universidade e a pro- dução acadêmica, ateliês, galerias, espaços culturais e ativistas. Como a Fazenda Roseira e o Espaço Cultural Pavão, com a exposição Carne da Gaia, de Beá Meira, com curadoria de Susana Dias e participação das artistas Rayane Barbosa Kaingang, Larissa Ye e Claudia Baré. Experiências como essas poderiam nutrir todo um sistema das artes?
NOTAS
A residência “Perceber-fazer floresta: cozinhar, caminhar, cantar, contar...” ocorreu em Campinas no período de 23 a 26 de maio de 2024. Os organizadores são de diferentes universidades e campos do conhecimento: Susana Dias (Unicamp), Marina Guzzo (Unifesp), Sylvia Furegatti (Unicamp), Paulo Telles (Unicamp), Kellen Natalice Vilharva (Unicamp), Lilian Maus (UFRGS), AlessandraRibeiro (Fazenda Roseira), Ana Claudia Martins – Claudia Baré (Unicamp) e Emanuely Miranda (Unicamp).
REIS, Vilma. “Comecem a produzir floresta como subjetividade, como uma poética de vida”, diz AiltonKrenak em festival de cinema português. Amazônia Real,8 dez. 2021. Disponível em: https://conexaoplaneta. com.br/blog/comecem-a-produzir-floresta-como- subjetividade-como-uma-poetica-de-vida-diz- ailton-krenak-em-encontro-portugues/#fechar
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthluceno. São Paulo: N-1 Edições, 2023.4
As Residências ClimaCom são uma ação do Projeto “Perceber-fazer floresta – alianças entre artes, ciênciase comunicações diante do Antropoceno” (Fapesp 2022/05981-9), coordenado por Susana Oliveira Dias. A proposta resulta de uma parceria do grupo multiTÃO: prolifer-artes sub-vertendo ciências, educações e comunicações, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com as aldeias Baré e Karapãna, em Manaus,o Instituto de Artes da Unicamp e o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, ambos da Unicamp, o Instituto de Saúde e Sociedade,da Universidade Federal de São Paulo e o Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rede Latino-Americana de Divulgação Científica e Mudanças Climáticas. Para mais informações sobre a residência de 2023 Perceber-fazer floresta I, acesse: https://climacom. mudancasclimaticas.net.br/perceber-fazer-floresta-1/
Para saber mais: DIAS, Susana. Perceber-fazer floresta: da aventura de entrar em comunicação com um mundo todo vivo. ClimaCom – Florestas [on-line], Campinas,ano 7, n. 17, jun. 2020. Disponível em: https://climacom. mudancasclimaticas.net.br/susana-dias-florestas/
As citações presentes neste texto são falas que ocorreram durante discussões e mesas-redondas ao longo da residência e de pequenas entrevistas.
Maria Alice Paulino de Souza (liderança indígena Karapãna e acadêmica de Artes e Turismo na UEA).
Ana Claudia Martins, indígena Baré, mestranda em Linguística na Unicamp, é artista, faz artesanato, trançado, colares, pintura.
Kellen Vilharva (indígena Guarani Kaiwoá, doutoranda em clínica médica na Unicamp), mescla os mundosda medicina tradicional e os saberes ancestraiscom a ciência, atualmente pesquisa o cedro-rosa. Bisneta, neta e filha de lideranças indígenas, compõea segunda geração de acadêmicos na família.
Artista de Campinas, coordenadora do Ateliê Serafina.
Artista do corpo, professora da Unifesp de Santos.
Gabriela Leirias
Curadora, pesquisadora e produtora, realiza projetos de arte contemporânea a partir de discussões sobre território, corporalidades, natureza, cartografias alternativas e arte pública. Mestra em Artes pela ECA/USP, especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP/PR e graduada em Geografia pela FFLCH/USP, trabalha com metodologias colaborativas e transdisciplinares e desenvolve laboratórios nas interseções entre práticas artísticas e pedagógicas. É coordenadora e curadora do Projeto Jardinalidades, que realiza ações de pesquisa e produção em arte contemporânea desde 2014. Em 2023, realizou o projeto Poéticas e possíveis sobre a terra e o território, premiado pelo edital ProAC – Formação em arte e cultura. Em 2024, realiza o projeto Poéticas de las tierras, num intercâmbio com artistas e gestoras do México.
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